quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

P&R Marisa Matias

"Abrirei as portas do palácio de Belém para que ele seja de todos"



1 - O que a distingue dos restantes candidatos?
Sou de uma geração que já cresceu com os direitos constitucionais da democracia, uma geração que foi tendo acesso, mesmo que gradual, à saúde pública, à escola pública, aos serviços públicos e que é a mesma geração que os viu serem atacados pela austeridade e pelo ciclo de empobrecimento que vivemos nos últimos anos. Muitas das pessoas da minha geração nem sequer sabem o que é um contrato de trabalho e muitas pessoas de todas as idades foram forçadas a emigrar. Conheço bem o país por dentro e a partir de fora, não me enganam com as mentiras sucessivas dos últimos anos que impuseram tantos sacrifícios aos portugueses por causa de supostas imposições europeias. Não alimentarei esta mentira e tenho pena de ver políticos tão experientes a desistir do país. Candidato-me para defender o país, aqueles que aqui vivem e os que querem viver. Para garantir que o que está na Constituição é mesmo para cumprir. Para que a precariedade ou o desemprego não sejam a regra para os mais novos, as pensões de miséria a regra para os mais velhos, para que as crianças tenham todas as mesmas oportunidades. Candidato-me em nome da esperança de um novo ciclo político em Portugal, que recupere os rendimentos e a dignidade, um ciclo que não pode ser travado em Belém.


2 - O que vai fazer para reaproximar os cidadãos da figura da Presidente da República?
A Presidente da República está numa posição única para dar voz e pôr em diálogo os sectores da sociedade que têm sido mais esquecidos ou mais ignorados. Cabe nas suas funções ser a voz de todos e suscitar todos os debates que permitam melhorar a vida das pessoas, da justiça ao trabalho, da saúde à cultura. Serei uma Presidente que abrirá literalmente as portas do Palácio de Belém para que ele seja de todos. Continuarei a fazer o que tenho feito no exercício do cargo público que exerci, a ir a todos os cantos do país, incluindo aqueles onde ninguém vai. Acima de tudo, pôr a estabilidade da vida das pessoas acima da estabilidade dos interesses económicos das elites, como temos visto até aqui.

3 - De que forma pode a Presidente da República voltar a pôr em agenda e contribuir para a solução do problema da desertificação do país?
Essa é uma questão essencial. O que assistimos nos últimos anos com o encerramento de serviços como Tribunais, centros de saúde e escolas foi o agravamento das desigualdades territoriais e sociais. Precisamos de coesão, de um país uno, de não aceitar cidadãos de primeira e de segunda. Essa é uma das áreas onde a Presidente pode e deve exercer a sua magistratura de influência. As pessoas não vivem nos locais se não têm acesso aos serviços mais básicos.

4 - Como é que vê o território da região de Leiria no contexto nacional?
É inegável o valor da região de Leiria para o país a nível económico, quer pela indústria variada, quer pelo sector empresarial, quer pela agricultura. No meu entender, o grande problema da região é o das acessibilidades relativas aos transportes públicos. Há duas autoestradas, mas não há caminho de ferro a servir a cidade, com um total desprezo à linha do Oeste. Ter transportes de qualidade é fundamental para a coesão territorial como dizia antes. Outra questão é uma que atravessa todo o país e Leiria não é exceção, infelizmente, que é a das desigualdades sociais.

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