quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Henrique Neto elogia estratégia económica da Marinha Grande mas dispensa apoio da autarquia



O piropo já é crime, mas no mercado de Pataias ninguém se retraiu à passagem de Henrique Neto que, aos 79 anos, faz sucesso entre as senhoras. “É jeitoso este homem”, “em pessoa é mais jeitoso, vá-se conservando, está a ouvir?”.

Domingo de manhã, o candidato distribuiu folhetos da sua candidatura à Presidência da República, sorrisos e cumprimentos aos clientes de um dos maiores mercados abertos da região. “Está frio, mas tem a cara quentinha”, disse-lhe uma apoiante antes de lhe garantir o voto.

A figura de Henrique Neto não era desconhecida para a maior parte dos visitantes do mercado, sobretudo para os que residem ou trabalham na Marinha Grande. Ao REGIÃO DE LEIRIA, o candidato afirma que “o apoio é geral”, mas que “aqui” as pessoas o tratam pelo nome mais facilmente. Se isso se vai traduzir em votos, não consegue garantir.

A indústria e o desenvolvimento económico da região têm sido uma bandeira forte no discurso de campanha do candidato. Antes mesmo de mergulhar no mercado de Pataias fez questão de levar os jornalistas a uma das zonas industriais da Marinha Grande. O objetivo era “explicar qual foi o modelo de economia na região, um modelo que não depende do Estado, que se baseia nas PME, na internacionalização e na exportação e não no mercado interno, um modelo feito de energia, trabalho, estudo que é tudo aquilo que o país não faz”.

Para Henrique Neto, esta é “a estratégia alternativa à dívida”, mas que “dificilmente é compreendida pelos candidatos da situação”. “Esta região é o país com que sonhei antes do 25 de Abril e por que continuei a lutar”, disse aos jornalistas, lamentando que “os bons exemplos não sirvam ao Governo para compreender que a política económica está essencialmente errada”.

Durante largos anos empresário na área dos moldes, o candidato conhece e elogia a indústria da Marinha Grande, mas tece críticas ao trabalho da autarquia que classifica como “uma desgraça”. “A obsessão é o partido”, afirma, acrescentando que “a Marinha precisava de ter uma marca” mas que não pode ser o design, como pretendia a autarquia, porque “a Marinha não tem design tem engenharia”.

Henrique Neto, que conta com o apoio do presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, não colheu a mesma simpatia junto do executivo Marinha Grande. Também não a procurou. “Há apoios que é melhor não ter”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA.

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